Se você é atleta amador já deve conhecer os benefícios da creatina. Se não é, pergunte a qualquer praticante de atividade física qual o suplemento do que eles não abrem mão e você vai ouvir repetidas vezes a palavra creatina. Encontrada em alguns alimentos como carnes, frango e peixes e também produzida pelo corpo humano em pequenas quantidades no fígado, nos rins e no pâncreas, na forma de suplemento, seu uso mais comum acontece no pós-treino. Mas estudos apontam que seus benefícios podem ir muito além dos músculos.
Mais força e resistência
Quer saber o motivo da creatina ser a queridinha entre atletas? Um estudo publicado no Journal International Society Sports Nutrition, em 2017, responde: a creatina auxilia no aumento da quantidade de fosfato disponível, contribuindo para o armazenamento e a produção de ATP (1), que é a fonte de energia das células. Traduzindo: o resultado da sua suplementação pode ser maior força, resistência e volume muscular, além de redução da fadiga e recuperação mais rápida após os treinos. E quem não quer isso tudo? Uma revisão de estudos feita pela Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva ainda atestou que a creatina monohidratada é o suplemento nutricional ergogênico (utilizado para melhorar o desempenho esportivo) mais eficaz atualmente disponível para atletas em termos de aumento da capacidade de exercícios de alta intensidade e massa corporal magra durante o treinamento, além de apresentar potencial de auxílio na prevenção de lesões. (2)
Creatina para o cérebro
Já falamos aqui algumas vezes como treinar o cérebro é tão importante quanto exercitar os músculos corporais. Agora, estudos sugerem que fazer uso de suplemento de creatina pode fazer tão bem ao cérebro quanto ao quadríceps, por exemplo. Segundo artigo do National Center for Biotechnology Information, dos Estados Unidos, fazer uso de suplemento de creatina pode aumentar os níveis da proteína no cérebro entre 5 e 15%, melhorando o seu funcionamento, oxigenação e nível de energia. Além disso, fazer o consumo de 5 a 20g de creatina diariamente, por um período de 5 a 6 semanas, poderia trazer melhoras na memória de curto prazo e no raciocínio. (3) Outras pesquisas, dessa vez desenvolvidas na Universidade de Sydney e da Maquire University, ambas da Austrália, mostram que esses efeitos da creatina no cérebro se assemelham aos efeitos que ela causa nos músculos e no coração. (4) Esses resultados destacam a importância de aumentar a atividade cerebral, uma vez que ela influencia diretamente na sua performance.
Creatina X Doenças neurodegenerativas
Alguns estudos feitos com animais, ainda sem conclusão com seres humanos, indicam que a creatina também pode ter influência contra doenças neurodegenerativas, como o Mal de Parkinson, caracterizado por uma redução no nível de dopamina, um neurotransmissor chave no nosso cérebro. Esse estudo com animais indica que a creatina foi capaz de prevenir uma queda de 90% do nível de dopamina – impedindo alguns dos sintomas mais comuns, como os tremores e a perda da função muscular. (5)
Referências:
(1) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5469049/
(2) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2048496/
(3) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1691485/
(5) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11274790/