Longevidade, Nutrição

Veganismo: como aderir depois dos 50 anos?

Quem busca fazer essa mudança na alimentação após os 50 anos deve ficar atento para que todas as demandas nutricionais sejam cumpridas

Por Fábio Pulitta

Pesquisador de saúde, nutrição e gastronomia, empresário e comunicador. Flávio é fundador e diretor da Puravida, empresa de alimentos saudáveis, e da plataforma de ensino online Puravida Academy.

O número de veganos autodeclarados no mundo mais que duplicou nos últimos 5 anos. Quem busca fazer essa mudança na alimentação após os 50 anos, deve ficar atento para que todas as demandas nutricionais sejam cumpridas. Saiba como

“O ano vegano”, foi assim que a revista The Economist se referiu a 2019. O rótulo se deve ao crescimento exponencial de veganos autodeclarados no mundo: o número mais que duplicou nos últimos 5 anos, marcando ali um movimento de mudança comportamental e uma tendência. É muito provável que cada vez mais pessoas optem pelo estilo de vida livre de alimentos e produtos derivados de animais. Os motivos de tamanha adesão são, principalmente, a anti-crueldade animal e as preocupações ambientais. 

Quando bem feita, ou seja, conduzida levando em conta todas as demandas nutricionais do indivíduo, essa dieta pode trazer benefícios para a saúde, como controle do açúcar no sangue, menor risco de doenças cardiovasculares, controle de pressão e até riscos reduzidos de vários tipos de câncer. Apesar dos benefícios, quem busca fazer essa mudança na alimentação após os 50 anos, deve ficar atento. O portal Harvard Health aconselha, “a dieta vegana pode vir com alguns riscos, especialmente para adultos em idade avançada, embora seja possível combatê-los olhando principalmente para o aporte de alguns nutrientes” (1). Os principais componentes nutricionais que devem ser alvo de cuidado, segundo a universidade norte-americana, são o cálcio, as proteínas e a Vitamina B12. Entenda por que:

Cálcio

O cálcio, mineral presente em lácteos como leite, queijos e iogurtes, é importante para muitas funções corporais, principalmente àquelas relacionadas à saúde óssea e dentária. Mas ele também pode impactar positivamente na função muscular, cardíaca e até do sistema nervoso. Numa dieta vegana, ele pode ser encontrado principalmente em vegetais com folhas escuras, além de grão de bico, tofu, leites e sucos vegetais fortificados e em suplementos veganos. 

Proteínas

As proteínas são parte essencial da dieta. O corpo usa a proteína presente nos alimentos para construir tecidos, produzir hormônios e para aumentar ou manter a massa muscular. O consumo de proteínas para a hipertrofia é especialmente importante no decorrer da vida adulta, quando vamos perdendo, gradativamente, a porcentagem de massa magra. Para manter níveis adequados de proteína, os veganos podem se beneficiar do consumo de leguminosas (como feijões, lentilha, grão-de-bico) oleaginosas, sementes de abóbora, girassol, quinoa, tofu e suplemento proteico vegano. 

Vitamina B2 

A Vitamina B12, importantíssima para o metabolismo das proteínas, a formação de glóbulos vermelhos e a saúde do sistema nervoso, é encontrada quase que exclusivamente em alimentos de origem animal, por isso, é aconselhado que os veganos façam a sua suplementação. Estudos diversos já demonstraram que, embora qualquer pessoa possa ter níveis baixos de vitamina B12, os vegetarianos e veganos têm um risco maior de deficiência (2). Sua deficiência pode causar anemia, problemas de memória, fadiga, infertilidade e doenças ósseas. 

Assim como ocorre com outros nutrientes, a nossa capacidade de absorver vitamina B12 diminui com a idade. Por isso, alguns nutricionistas recomendam que todas as pessoas com mais de 51 anos – veganas ou não – avaliem sua necessidade de consumir suplementos de vitamina B12. 

Referências:

(1) https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/is-it-safe-to-go-vegan-in-older-age

(2) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12417096/#:~:text=Serum%20vitamin%20B%2D12%20measurement,MMA)%2C%20and%20holotranscobalamin%20II.

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