O número de veganos autodeclarados no mundo mais que duplicou nos últimos 5 anos. Quem busca fazer essa mudança na alimentação após os 50 anos, deve ficar atento para que todas as demandas nutricionais sejam cumpridas. Saiba como
“O ano vegano”, foi assim que a revista The Economist se referiu a 2019. O rótulo se deve ao crescimento exponencial de veganos autodeclarados no mundo: o número mais que duplicou nos últimos 5 anos, marcando ali um movimento de mudança comportamental e uma tendência. É muito provável que cada vez mais pessoas optem pelo estilo de vida livre de alimentos e produtos derivados de animais. Os motivos de tamanha adesão são, principalmente, a anti-crueldade animal e as preocupações ambientais.
Quando bem feita, ou seja, conduzida levando em conta todas as demandas nutricionais do indivíduo, essa dieta pode trazer benefícios para a saúde, como controle do açúcar no sangue, menor risco de doenças cardiovasculares, controle de pressão e até riscos reduzidos de vários tipos de câncer. Apesar dos benefícios, quem busca fazer essa mudança na alimentação após os 50 anos, deve ficar atento. O portal Harvard Health aconselha, “a dieta vegana pode vir com alguns riscos, especialmente para adultos em idade avançada, embora seja possível combatê-los olhando principalmente para o aporte de alguns nutrientes” (1). Os principais componentes nutricionais que devem ser alvo de cuidado, segundo a universidade norte-americana, são o cálcio, as proteínas e a Vitamina B12. Entenda por que:
Cálcio
O cálcio, mineral presente em lácteos como leite, queijos e iogurtes, é importante para muitas funções corporais, principalmente àquelas relacionadas à saúde óssea e dentária. Mas ele também pode impactar positivamente na função muscular, cardíaca e até do sistema nervoso. Numa dieta vegana, ele pode ser encontrado principalmente em vegetais com folhas escuras, além de grão de bico, tofu, leites e sucos vegetais fortificados e em suplementos veganos.
Proteínas
As proteínas são parte essencial da dieta. O corpo usa a proteína presente nos alimentos para construir tecidos, produzir hormônios e para aumentar ou manter a massa muscular. O consumo de proteínas para a hipertrofia é especialmente importante no decorrer da vida adulta, quando vamos perdendo, gradativamente, a porcentagem de massa magra. Para manter níveis adequados de proteína, os veganos podem se beneficiar do consumo de leguminosas (como feijões, lentilha, grão-de-bico) oleaginosas, sementes de abóbora, girassol, quinoa, tofu e suplemento proteico vegano.
Vitamina B2
A Vitamina B12, importantíssima para o metabolismo das proteínas, a formação de glóbulos vermelhos e a saúde do sistema nervoso, é encontrada quase que exclusivamente em alimentos de origem animal, por isso, é aconselhado que os veganos façam a sua suplementação. Estudos diversos já demonstraram que, embora qualquer pessoa possa ter níveis baixos de vitamina B12, os vegetarianos e veganos têm um risco maior de deficiência (2). Sua deficiência pode causar anemia, problemas de memória, fadiga, infertilidade e doenças ósseas.
Assim como ocorre com outros nutrientes, a nossa capacidade de absorver vitamina B12 diminui com a idade. Por isso, alguns nutricionistas recomendam que todas as pessoas com mais de 51 anos – veganas ou não – avaliem sua necessidade de consumir suplementos de vitamina B12.
Referências:
(1) https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/is-it-safe-to-go-vegan-in-older-age