Como anda sua memória? Poucas pessoas respondem a essa pergunta com um confiante “muito bem, obrigada”. Os lapsos momentâneos de memória, como não lembrar o que foi fazer na cozinha, não lembrar onde colocou as chaves ou não lembrar o nome de alguém, são absolutamente normais e podem acontecer em qualquer idade, mas costumam nos preocupar mais quando acontecem depois dos 60. Embora a genética tenha forte impacto no aparecimento de doenças que causam a perda de memória por volta dessa idade, como o mal de Alzheimer, por exemplo, fatores cotidianos também desempenham importante papel na manutenção da memória. A perda significativa de memória em pessoas mais velhas não precisa ser uma parte normal do envelhecimento. Por isso, o ideal é que essas práticas sejam incorporadas desde cedo às nossas rotinas de saúde, no entanto, aqui vale a regra do “nunca é tarde demais para começar”.
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Leia, entre em uma aula de culinária, faça um curso livre, faça parte de um grupo para prática esportiva, pinte, dance, faça palavras cruzadas, seja voluntário… Os especialistas são unânimes em dizer que manter a mente ativa é um dos passos mais importantes para que a memória continue afiada mesmo com o avanço da idade.
Relaxe!
Estudos da Escola de Medicina da Universidade de Harvard mostram que pessoas que praticam meditação possuem as regiões do cérebro responsáveis pelo foco e atenção mais fortes e enérgicas (1). A música também é considerada uma grande fonte de relaxamento, seja ela enquanto ouvinte ou praticante, podendo maximizar efeitos de cognição na longevidade. Além disso, o mesmo estudo indica que o sono é um grande aliado da memória, uma vez que adultos que dormem pouco correm maior risco de desenvolver o mal de Alzheimer.
Exercite-se com inteligência
Manter uma rotina de atividades físicas é uma das melhores maneiras de manter o corpo saudável. O mesmo vale para o cérebro. De acordo com os pesquisadores de Harvard, a atividade física estimula mudanças fisiológicas, como redução na resistência à insulina e inflamação, melhora do sono e humor, redução nos níveis de estresse e ansiedade, influenciando indiretamente o cérebro e a memória (2). Os mesmos estudos também apontam que as partes do cérebro que controlam o pensamento e a memória são mais desenvolvidas nas pessoas que se exercitam do que nas sedentárias. Ou seja, benefício direto para o corpo e para o cérebro. Quer potencializar os ganhos de memória na sua prática esportiva? Aposte nos exercícios que desafiam a cognição, como dançar ou praticar alguma modalidade coletiva, que combine aeróbico com socialização. Práticas ao ar livre durante o dia ainda vêm com bônus: o contato com a natureza e a incidência de Vitamina D.
Alimente o seu cérebro
Ao escolher os alimentos certos, além de nutrir e dar energia ao seu corpo, você está alimentando a memória. Segundo estudos do Dr. Nikolaos Scameas, professor da Universidade de Columbia, quanto mais perto os adultos chegam de ter uma dieta mediterrânea – baseada em peixes, frutos do mar, frutas, legumes e azeite de oliva, limitando alimentos processados e produtos industrializados- menor é o risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer (3).
Consuma alimentos antiinflamatórios e antioxidantes
O consumo de alimentos ricos em antioxidantes ajuda a reduzir inflamações e a combater os radicais livres, o que torna sua ingestão ideal para quem quer prevenir a perda de memória. Entre esses alimentos estão frutas, vegetais e chás. Uma revisão recente de nove estudos com mais de 31.000 pessoas descobriu que aqueles que comeram mais frutas e vegetais tiveram menores riscos de declínio cognitivo e demência (4). Em dúvida de quais frutas colocar na lista de compras? As berries – amora, morango, framboesa e blueberries – possuem antioxidantes e alta concentração de flavonóides.
Referências:
(3) https://www.neurology.columbia.edu/news/5-ways-keep-your-brain-sharp-you-age
(4) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5293796/